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Sociedade - 20/09/2024

Família Naked/Kfouri em Catanduva

Família Kfouri, veio do Libano, para Matão, depois Borborema, Catanduva, onde moravam na rua 7 de setembro (acima da rua Goiás), os tios Marcelino (Jimi), Erasmo e Gabriel, trabalhavam no comercio em Catanduva (Erasmo) e em Penápolis (Marcelino e Gabriel), as tias Marta e Amélia, confeccionavam flores, crochês, rendas e bordados, viviam da horta que tinham no próprio quintal para alimentar a família (uma horta muito abundante e saldável). Alguns anos depois mudaram para rua Municipal (esquina com a rua Niteroi) até o fim de suas vidas.

Adélia veio com seus pais da cidade de Zahle (Líbano), sua mãe Malake Simão Kfouri e seu pai Kalil Antônio Kfouri e uma irmã mais velha. De Santos para Matão (SP), já tinha a família do tio Jorge  cursou o primário, adorava estudar, aprendeu falar, declamar, escrever (letra linda) correta e correntemente ao português. Foi com os pais e outros irmãos para Borborema, onde nasceram seus 5 irmãos,  pai marceneiro e todos plantavam a terra(quintal em um pequeno comercio venda de tudo e cereais, as irmã Marta e Amélia, faziam trabalhos manuais e alfabetizavam as crianças da vizinhança - os irmãos homens, estudaram, comercio, farmácia auxiliar de oficial de justiça, entregava ali passou a morar também a irmã mais velha Vitoria,casada com Abrão Rayes (família de posses, tiveram 3 filhos e Vitoria, faleceu em São José dos Campos, por tuberculose, vítima de maus tratos do marido, sogra e cunhados  ali foram filhos crianças, adolescentes aonde permaneceram até o final da vida.
Said Miguel Naked, veio do Líbano aos 20 anos, da cidade de Sharta (Libano), para Santos depois São Paulo, já tinha alguns tios morando em São Paulo  Capital, foi para Bico da Pedra, na região do noroeste de São Paulo em busca de seu tio Pedro ( caminhando anoite e descansava de dia na sombra e comendo milho, laranja, o que tivesse na beira da estrada)  ali trabalhou com o tio aprendendo fazer doces, pães, comida árabe, trabalhando de empregado com caminhão, fazendo transporte para São Paulo e outras cidades (posteriormente quando ia para São Paulo, enquanto carregavam o caminhão ele visita a cunhada Vitoria, num sanatório para tuberculosos para levar frutas).
Numa de suas viagens passando por Borborema, foi tomar uma refeição na Venda do Kfouri  ali conheceu e depois se casou com Adélia em 1925, moraram por um tempo ali e depois mudaram para Novo Horizonte (onde tiveram uma padaria) passou a fazer os doces, pães e comidas árabes para fora) ali nasceram os 4 filhos mais velhos Salma (1925), Miguel (1927), Evelin (1930) e Nanci (1934), depois de ser roubado pelo funcionário mudaram-se para Catanduva em 1935 e tiveram mais 3 filhos Terezinha (1937), Samira (1941) e Yazid (1942)  moravam na Rua Ceara, depois Rua Alagoas, Rua Goiás, Rua Mato Grosso e na rua Treze de Maio, nesse tempo ele trabalhou com doces, salgados, pães, comida árabe. Em quanto trabalhava os filhos trabalhavam de dia e estudavam a noite. Na Rua Mato Grosso em 1945,
Said, introduziu na lista das comidas e doces e árabes o churrasco, maior sucesso porque ninguém conhecia esse churrasco. Kafta, michui (pedaços pequenos de carne com pedaços intercalados com pedaços de cebola e tomate), ele comprava bambus nas charas e roças e em casa cortava os gomos e depois na espessura dos espetos (mais ou menos 40 cm) com facas bem afiadas, moldava e lixava os espetos até ficarem sem fiapos e muito uniformes. O churrasco ele mesmo selecionava as carnes de primeira qualidade e buscava um boi ou meio boi conforme as encomendas dos clientes, ele mesmo desossava, cortava, preparava os pedaços para moer (kafta) ou pedaços (michui). Depois de deitar tudo limpo e organizado (mesa, materiais de corte, maquinas de moer, panos brancos de algodão, bacias grandes de alumínio, etc.), ele mesmo temperava as carnes com temperos que herdou de sua terra natal (fazia sozinho e o segredo dos temperos passou para próxima geração de sua família que segue até hoje). Só após tudo temperado é que outros dois auxiliares, tocavam a carne para espeta-las (precaução, higiene e cuidados nunca faltaram), colocavam em várias grandes assadeiras em lugar fresco ou geladeira até o momento de assa-los.
Na rua Mato Grosso e outros lugares, ele levava toda a carne, carvão, tijolos (tudo o necessário para montar a churrasqueira no local) para assar no local. No casamento (na rua Mato Grosso) da filha mais velha Salma, com Flavio Rodrigues, ele fez no quintal o 1º churrasco, maior sucesso para familiares, amigos e convidados.
Começaram então as encomendas para casamentos, aniversários, festas, confraternizações e também sucesso com Kmeje (pão sírio), e das outras comidas salgadas, assados.

· Os doces:
Mamul (um bolinho de semolina, recheado com nozes);

· Restilaus (bolo de semolina, com amêndoas e melado com malva feita em casa);

· Knefe (massa bem fina, como um fio de linha, assada em chapa quente. Após esfriar era recheada com nozes moídas, enrolados, colocados em assadeiras, assados em forno de lenha e após retirado, eram regados com melado);

· Belwa (massa folhada, preparada bem fina como um papel de seda, recheado com nozes moídas em camadas, assados e depois regados com melado);

· Melado (agua, açúcar, limão e malva);

Em todas as receitas usavam manteiga derretida, purificada no fogão a lenha, após ser buscada em fazendas.

Os doces eram feitos para reuniões famílias e sob encomenda para os clientes. Alguns doces mais simples eram feitos só para familiares.

Os Salgados:

· Kibe cru;

· Kibe frito;

· Kibe assado;

· Kibe recheados com carne moída, cebola, amêndoas e uvas passas;

· Esfiras de carne ou qualhada pura;

· Fetaher (esfira fechada recheada com carne moída ou verduras e cebola);

· Carneiros e/ou cabritos recheados (com a arroz, castanhas e cheiro verde)

· Charutos de olha de uva e de repolho;

· Abobrinhas e Berinjelas recheados (cozidos em panelas no fogão);

Tudo sempre com muito cheiro verde, hortelã e limão

Todos os comestíveis eram muito apreciados pelos clientes que eram árabes, outras nacionalidades e brasileiros de Catanduva, Rio Preto, Santa Delia, Urupês, São Paulo, São Carlos, Pindorama e outras cidades do interior, fazendeiros etc.

Enfim ele foi o precursor das comidas árabes e do churrasco citado, ele desenhou e com funileiros fez também espetos de alumínio, ele modernizou a churrasqueiras em ferro (fazendo com mais ou menos 1,20cm por 1,50cm de comprimento, de 25cm a 28cm de largura, 70cm de altura), com suportes de ferro e com uma chapa de 30cm perfurada na base para cinzas do carvão caírem sem ter contato com o chão e os alimentos, após o cartão ser transformado em brasa. Posteriormente, foi copiados (replicado) por outras pessoas que continuaram o trabalho.

Os salgados e doces, eram requintes nas mesas dos cidadãos árabes, catanduvenses e de outras cidades vizinhas

Nos aniversários, natais, ano novo, pascoas, comemorações em geral, solenidades, festas juninas, Tênis Club de Catanduva, fazendas e confraternizações familiares.

Sua fama alcançou Campinas e São Paulo, em famílias, restaurantes e comerciantes das regiões da Rua oriente, 25 de março, etc. (porque lá Said, comprava e adquiria a semolina, farinha especial, nozes, amêndoas, avelas, tudo em cascas, uvas passas. Então tornou-se conhecido e começaram também a comercializar). As nozes e amêndoas eram preparadas com antecedência, Said, quebrada em mesas grandes com uma concavidade na ponta e os filhos, avos e tios, descascavam, então tudo era colocado em grandes peneiras, peneiradas, para os descartes das cascas, porque não passava nenhuma estragada ou rançosas, depois eram moídas, misturadas com açúcar, assim também como o melado pré-preparado, manteiga derretida e colocadas em vasilhas em prateleiras com telas, bem refrigeradas até sem usadas nas suas receitas (tudo era preparado na véspera de serem utilizadas, nas massas).

Matérias vindo de fazendas e sítios eram transportados em charretes, carroças e posteriormente em caminhonetes (ESSA CAMINHONETE PERTENCIA A UM BERTONI QUE TRANSPORTAVA E LEVAVA AS VERDURAS, LEGUMES, TRIGO PARA QUIBE, CARNES E FEIRA A BEIRA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS)

Said, trabalhou na profissão até a mudança da família de Catanduva para cidade de São Carlos e depois São Paulo e Campinas, para viver mais próximo dos filhos e teve uma vida tranquila até o dia seu descanso e sepultado na cidade de Campinas.

"Eu sou Samira Naked Costa, filha de Said Miguel Naked e Adélia Kfouri, catanduvense de nascimento e coração e vim através dessa história, homenagear meus pais e todos os catanduvenses que tenho muito orgulho de chamar de amigos que tiveram convívio com ele, sua família e de hoje.

Foto 1 -  Família reunida nas bodas de 50 anos do casal Said Miguel Naked e Adélia Kfouri; foto 2 -  Família Naked em Catanduva em 1944, casal Said Miguel Naked e Adélia Kfouri Naked e os filhos: Salma, Miguel, Evelin, Lione, Nanci, Terezinha, Samira e Yazid;

foto 3 - Famílias Kfouri & Naked & Paulati Rodrigues & Castro Sá & Thanos & Zaratin, em almoço na Rua 13 de Maio em Catanduva;

foto 4 -  Família Kfouri em Matão em 1923, mudaram para Catanduva em 1940 onde residiram até o fim da vida;

Foto 5 -  1925 - Casamento em Borborema de Said Miguel Naked com Adélia Kfouri; 

Foto 6 - Certidão de casamento


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